7 de junho de 2014

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"De repente é noite e você está tão só! O meu dia foi pesaroso, mas eu sei que o seu te doeu até agora e eu não posso amenizar nada com palavras que pretendam ser abraços porque elas te falariam obviedades sobre tempo, paciência e espera: quase uma crueldade quando o que a gente quer é uma premonição, uma certeza, alguma frase cheia de sabedoria que norteie nossa vida.

De repente a semana estará começando de novo, mas só se passaram alguns dias e todos foram tão abarrotados de ausência e medo e confusão interna, de uma busca quase estéril de se sentir melhor, de fazer coisas por si mesma. E o buraco insistindo no meio de dentro do corpo, o abismo gelado, o choro engrossado pela escuridão e a descrença.

E eu te vejo encolhida num canto, o desespero nos olhos, o peito abafado, a vontade do grito e a falta de fôlego. E eu não sei a coisa mais bonita que eu poderia te escrever. Sei que já vi borboletas voarem faltando um pedaço da asa e rosas incríveis desabrocharem num copo com água: e é disso que me nutro pra acreditar que a meteorologia nem sempre está certa e que dias tão cinzentos podem ser prefácios de noites com sol.

Sei que se eu estivesse aí, certamente estaríamos juntas no cantinho mais confortável de qualquer lugar escolhido por você e eu te daria um abraço com tanto encaixe e amor que você, por pelo menos alguns minutos, encontraria “ um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.

E mesmo que o seu corpo todo doa numa súplica e que “ele” seja toda sua ferida... Meu amor, eu espero, sinceramente, que o pedacinho que falta na tua asa, não te impeça o voo..."

Marla de Queiroz

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