20 de dezembro de 2012


Quando terminei de falar, senti foi a dentada da tristeza em meu peito. Eu fui andando, andando, quase olhei pra trás e pedi que desconsiderasse aquilo tudo. Mas não dava pra desmanchar aquele ponto final. Não se remove um ‘adeus’ com um ‘esqueça tudo que eu disse’. É que eu pensava que nem ia doer. E foi com meu coração disparado que apressei o passo e ganhei estrada. Eu respirava fundo chamando a tranquilidade de volta. Mas ela não veio. Enquanto me afastava, pensei que eu tava indo embora de tudo nele. E sei que fiquei como um ranço, algo que lateja até que se perdoe. Era ele aprisionado na lembrança do que eu havia sido. Só tive paz mesmo, quando o meu coração desmanchou o hematoma da saudade num choro compulsivo, no colo da minha melhor amiga. Porque nem calma eu tinha pra falar. A carne sempre fraca pra afagar, acabava indo mais longe e tudo voltava ao antigamente. Aí eu tive que ficar quieta no meu canto, toda lacerada pela falta. Foi um período solitário em que vivi o luto necessário. Ele nem desconfiou que eu também estava triste, talvez se sentisse melhor se soubesse . Mas eu tinha que fazer valer minha palavra, demorei muito tempo tomando coragem. Demorei muito tempo desparafusando aquela gaiola e, depois, reaprendendo a voar. 

Tive ímpetos de escrever uma carta falando das qualidades dele, de tudo que havia me feito crescer. Mas quando fui escrever só consegui dizer: Desculpe não se pode negociar com a paixão. Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece. E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa. Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho. 

Marla de Queiroz

8 Comentários ♥:

Elliana Garcia disse...

Amo os textos da Marla.
Bjs, Gi.

Dra. Cristiane Grande Jimenez Marino disse...

Nossa Gisele, que texto maravilhoso!
Não conhecia este texto dela.
Adorei a imagem também.
Parabéns pelo capricho com o blog.
Bjs

Anônimo disse...

Cuando superamos las nostalgias y recobramos el aliento nuestra misión es seguir andando para hacer camino.
Precioso Texto.
Um abraço.

Ani Braga disse...

Gostaria de agradecer todas as vezes que você esteve em meu blog em 2012 e que a magia da noite de Natal transforme todos os seus sonhos em realidade e que o Ano Novo seja cheio de paz saúde e prosperidade.
Tudo de melhor pra você hoje e sempre.

Beijos meus
Ani

Silvana Haddad disse...

Oi Gi:
Passei pra avisar que tem selinho aguardando por você, lá no meu blog:
http://meusdevaneiosescritos.blogspot.com.br/
Bom domingão.
Bjs.:
Sil

Fique mais um segundo... disse...

Oi, Gi, boa noite!!
Saudades daqui! Sei que você deve ser bem corrida. Aí, demora um pouquinho a postar e mata a gente de saudade! Depois, posta e ressuscita a gente de alegria, mas aí posta "n" textos e a gente não tem tempo de comentar todos... Malvada.
O texto da Marla é muito bom, excelente. Por vezes, o que está engasgado, e que é mais urgente que o que sentimos, precisa ser dito, mesmo que depois nos arrependamos mil vezes. Precisamos deixar mesmo de morar um no outro, às vezes, para temporariamente morar no caminho.. E o pior, sem querer outra casa... Só o tempo pode fazer algo por isso.
Um beijo carinhoso
Doces sonhos, menina
Feliz Natal a você, com todos a quem ama!!!
Um 2013 maravilhoso
Foi muito bom ter lhe conhecido o pouco que conheço, pois jé é o suficiente para uma grande amizade e para uma incomensurável admiração.
seu fã
Lello

Suelen Muniz disse...

Oi Gisele,
Essa Marla hein,minha nossaaaaaa vive junto com a gente,aiai.rs
Um ótimo final de semana,abraço,=)

Tamires Rangel disse...

Olá, seu blog é muito lindo.. Estou apaixonada! Parabéns..
Se poder , visite meu blog.. será uma imensa alegria ter você lá..
Já estou seguindo deu blog. =)

http://tamyyrangel.blogspot.com.br/

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Sinta-se plenamente livre para expor suas ideias. Eu fico imensamente grata por visita.
Beijos!

Gisele Braga

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